O preparo do solo para o plantio é um dos principais fatores entre uma lavoura produtiva por mais tempo e outra, que perde os seus índices de produtividade no decorrer do tempo. Assim, é importante fazer um bom preparo, pois isto impactará durante a produção da lavoura e ao final da safra.

 

O manejo do solo tem como objetivo propiciar condições químicas e físicas favoráveis à semeadura, à emergência uniforme das plântulas, ao desenvolvimento radicular e da parte aérea de todas as espécies que compõem o sistema de produção.

 

Os sistemas de manejo do solo e das culturas afetam a suscetibilidade do solo à erosão e, deste modo, as perdas de solo e nutrientes, principalmente a matéria orgânica do solo, devido aos seus efeitos sobre a distribuição dos resíduos vegetais no perfil do solo, a dinâmica da água e a variação térmica do solo.

 

O produtor pode precisar revolver a terra, suplementá-la com fertilizantes de tipos diferentes, ou eliminar sementes de ervas daninhas por métodos físicos ou químicos. Tudo isso visa alcançar uma maior produtividade da terra, mas pode afetar de forma negativa o terreno.

 

Esses procedimentos podem modificar todas as características do solo. Como consequência, o produtor vai assistir a uma transformação de todo o ecossistema do entorno da sua propriedade. Em alguns casos, isso pode ser prejudicial para a atividade econômica e, principalmente, para o meio ambiente como um todo.

 

Direto

O plantio direto é um sistema que não envolve o revolvimento do solo. Ele se baseia nos princípios da cobertura permanente do terreno e na rotatividade de culturas. É um sistema menos agressivo para o meio ambiente e mais econômico para o negócio.

 

Semidireto

O plantio semidireto é similar ao direto. A semeadura é feita diretamente sobre a superfície do solo, com uma semeadora especial. A principal diferença é que, neste sistema, há uma retirada dos resíduos na superfície do solo.

 

Cultivo mínimo

Como o próprio nome sugere, a principal característica desse sistema é o mínimo revolvimento do solo para o plantio. Esse sistema demanda menos mão de obra, combustível e gastos com máquinas.

 

Passos iniciais para o preparo do solo

Para se fazer um correto preparo do solo, existem alguns passos que o produtor deve seguir.

 

Aração

Essa técnica consiste em revirar as camadas do solo, de modo a invertê-las. Com o auxílio de um arado, o produtor revolve as camadas em uma profundidade de aproximadamente 20 centímetros. A prática aumenta os níveis de oxigenação da matéria orgânica.

 

Escarificação

Essa técnica é menos agressiva e também pode ser feita para o preparo do solo. Com um escarificador mecânico, faz-se o rompimento de camadas do solo, mas sem revolvê-las ou invertê-las.

 

A técnica é muito usada no sistema de preparo mínimo do solo e tem sido utilizada em alternativa à aração.

 

Subsolagem

Esse tipo de técnica é indicada para solos com camadas superiores que impeçam o fluxo de água ou o desenvolvimento das raízes das plantas em profundidades que ultrapassem os 30 cm.

 

A subsolagem consiste em uma descompactação do solo que é um pouco mais profunda do que a escarificação. Os subsoladores são equipamentos que têm hastes mais robustas e longas do que os escarificadores. O espaçamento maior entre as hastes permite a vazão da terra durante a execução da técnica.

 

A subsolagem deve ser seguida por operações complementares, pois uma das características dessa técnica é deixar a terra com bastante irregularidades na superfície.

 

Gradagem

A técnica de gradagem costuma ser realizada depois da aração e da subsolagem. Ela serve para quebrar os torrões deixados por essas técnicas e deixar a terra mais uniforme e a superfície, plana.

 

A gradagem está caindo em desuso, pois novas técnicas do sistema de plantio direto dispensam a necessidade de um solo tão solto e uniforme. Alguns agricultores continuam revolvendo a terra em suas propriedades, mesmo aplicando o sistema de plantio direto.

 

Calagem e correção do solo

Uma das maiores dificuldades para a agricultura brasileira é o alto teor de alumínio tóxico e o solo ácido. Ambos, principalmente o alumínio tóxico, prejudicam o correto desenvolvimento das raízes da planta, diminuindo a produtividade da cultura.

 

Para evitar esses efeitos, a melhor técnica é a calagem, pois prepara o solo para o plantio, reduzindo a sua acidez e o alumínio tóxico.

 

Observar a topografia

Outra grande dificuldade para a agricultura são os declives acentuados. Estes declives podem causar erosão e perda de adubos e pesticidas com as enxurradas nas lavouras.

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas nada mais é do que a alternância de culturas, a fim de reduzir os impactos ao solo e ao meio ambiente, decorrentes da monocultura. Também há uma melhora a longo prazo das condições biológicas e físico-químicas do solo. Outro benefício da adoção dessa técnica é a redução de pragas, doenças e plantas daninhas.

 

Destaca-se que a sucessão de culturas (soja-milho-soja, soja-algodão-soja) não é rotação de culturas e não apresenta os benefícios da prática.

Fonte: Atomic Agro