Em um esforço para transmitir que o alimento brasileiro é “absolutamente seguro”, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta terça-feira que nenhum dos 262 agrotóxicos registrados pelo governo neste ano começou a ser analisado em 2019. E indicou que o volume de registros seguirá aumentando até dezembro.

Acompanhada de três especialistas de universidades brasileiras, diretores da Anvisa e do Ibama, técnicos do Ministério da Agricultura e do presidente da bancada ruralista, Tereza reiterou que é preciso aumentar mais ainda a quantidade de defensivos no Brasil para que haja mais produtos mais modernos à disposição dos agricultores. E o fato de a fila de análise de registros pelo governo estar mais célere não significa que o produtor vai usar “adoidado”.

“Temos que continuar registrando mais produtos, inclusive defensivos biológicos. Vocês vão ver cada vez mais registros de produtos daqui para a frente”, destacou a ministra em café da manhã com jornalistas. “Estamos incomodados de um assunto técnico como esse ter se tornado uma guerra política no país e uma guerra comercial lá fora, em que o nosso Brasil vem sendo denegrido de uma maneira até leviana”, acrescentou.

Tereza voltou a frisar que na média os defensivos estão há quatro anos na fila de espera aguardando registros, apesar de a legislação determinar um prazo de 120 dias. E que o governo ainda precisa acatar eventualmente liminares da Justiça para acelerar o registro de determinadas moléculas de agrotóxicos a partir de processos de fabricantes. “Ainda temos mais de 2 mil produtos na fila de análise.”

Dentre os 262 registrados neste ano, sete são novos, 136 são produtos técnicos (de uso exclusivo da indústria) e 126 formulados (prontos para serem adquiridos por produtores mediante recomendação de um engenheiro agrônomo).

Ela ainda enfatizou que não é o governo Bolsonaro que vem registrando mais agrotóxicos e que existe uma metodologia de análise e reavaliação de agrotóxicos que vem sendo aprimorada ao longo dos anos. E criticou a imprensa por, em alguns momentos prestar “desserviço” à população ao questionar a qualidade do alimento brasileiro.

Quanto ao resíduo de defensivo em alimentos ou produtos agropecuários, Tereza chamou a atenção que neste ano o Brasil recebeu apenas dois alertas de notificação da Europa (RASFF – “Rapid Alert System for Fodd and Feed) . De 1999 até hoje, foram 75 notificações, sendo que o maior número ocorreu em 2015 com 13 reclamações. De 2017 até hoje, foram cinco notificações. “Está provado por A mais B que os nossos produtos são seguros”, disse.

 

Fonte: Valor