Os preços do milho deverão continuar elevados, ao redor de R$ 90,00/saca em São Paulo e em Santa Catarina, devido aos altos preços dos fretes e à escassez sazonal destes estados, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. “O dólar alto continuará a enxugar produto para exportação no Cerrado Brasileiro, reduzindo a disponibilidade para o consumo interno”, destacam os analistas.

 

No estado do Rio Grande do Sul, os negócios com milho permanecem lentos e as indústrias com prazos de 45 a 90 dias, segundo informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “Na região de Passo Fundo, vendedores pedindo entre R$ 84,00 e R$ 85,00 para maio, não foram vistas indicações. Marau indicando R$ 86,50 no CIF abril – R$ 0,50 centavos por saca melhor do que ontem, apesar de rumores de negócios de até R$ 88,00. Indicação para lotes em Itapejara a R$ 82,00 no CIF diferido”, comenta.

 

A colheita da soja segue bastante atrasada no país, aponta o levantamento da consultoria Safras & Mercado. Até o momento 45,7% da área de 38,6 milhões de hectares foi recolhida, ante os quase 59% do ano passado e os 54,5% da média histórica. Dos 12 estados acompanhados, apenas dois estão com o ritmo de trabalho mais avançado que na mesma época de 2019/2020.

 

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) ajustou a sua previsão de exportação de soja em março. A associação passou a estimar que o Brasil deve embarcar de 13,307 milhões a 16,446 milhões de toneladas. Na semana passada, a estimativa era de 13,307 milhões a 15,514 milhões de toneladas. A projeção toma como base os volumes já escoados, a programação de navios para o restante do mês e as condições de embarque no País.

 

O mercado brasileiro de soja permaneceu com preços nominais e negociações travadas nesta quarta, 17. Os vendedores seguem ausentes, prejudicando a comercialização. Chicago e dólar recuaram, complicando ainda mais as negociações e a formação das cotações domésticas.

 

O Brasil já registra 347 casos de ferrugem asiática na soja nesta safra 2020/2021. Além de ter superado com sobras o total apurado em 2020, os números atuais trazem mais curiosidades ruins. Uma delas é que o Rio Grande do Sul já tem mais casos registrados atualmente, do que nos últimos 10 anos. O estado é o que mais confirmou casos da doença em 2020/2021 no país. Os dados são do Consórcio Antiferrugem.

 

De acordo com a Meteored, março representa o último mês da estação chuvosa, mas nem tanto: “As chuvas não se estendem muito, e nos últimos dias vivenciamos uma mudança de padrão”. Será que irá se manter na próxima quinzena? Quais fatores estão influenciando? O meteorologista Tiago Robles destaca que as precipitações continuam, mas com redução da abrangência. “Para a terceira semana de março, há o indicativo de chuvas mais concentradas no Centro-Sul, com maior probabilidade para acumulados elevados no estado do Mato Grosso do Sul. Já para o restante do país, há a representação de um padrão mais seco e irregular, que o modelo pode estar exagerando para a porção Amazônica”, prevê.

 

O Bureau of Meteorology da Austrália afirmou nesta semana que está “chegando ao fim” a atual ocorrência do fenômeno climático La Niña. O padrão meteorológico, provocado pela diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental, está ligado a extremos climáticos em muitas das principais áreas de cultivo agrícola mundial.

 

O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) prevê um primeiro semestre difícil para o setor de proteína animal. Isso porque as indústrias têm operado com margens apertadas diante do aumento nos preços da arroba do boi gordo e da manutenção dos preços da carne no atacado. “É um momento de atenção redobrada, pois as vendas no mercado interno estão estagnadas e as exportações iniciaram 2021 em ritmo mais lento”, disse em nota o diretor de Operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade.

 

O mercado agrícola ainda assimila a surpresa da decisão do Copom que aumentou em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros brasileira, elevando assim a Selic para 2,75%. A decisão veio em resposta a recente pressão inflacionária, e deve abrir caminho para a queda do dólar frente ao real. Além disso, o Copom deixou nas entrelinhas que deve promover um novo aumento da Selic em sua próxima reunião, no início do mês de maio.

 

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Fonte: Atomic Agro