Mercado da semana: no mercado nacional, tanto a soja quanto o milho seguem com as cotações em disparada. Retenção de oferta dos produtores, alta do dólar, atraso no início do plantio pelo clima seco, tudo isto está ajudando a manter o preço em alta.

 

A pergunta mais recorrente entre os produtores é se seria recomendado vender soja agora para maio de 2021. Deve ser colocar na mesa os principais fatores que já são percebidos no horizonte para aquela data. Embora não se espere que os preços atinjam os mesmo níveis da safra atual, eles ainda deverão garantir bons lucros aos agricultores na próxima safra, dizem os analistas.

 

A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento divulgou relatório mensal de acompanhamento da safra relativa ao mês de setembro, que estima uma produção de 24,3 milhões de toneladas para a safra de grãos de verão 2020/21, e 40,8 milhões de toneladas para a safra total de grãos 2019/20 que está em fase de encerramento. O Paraná começa a plantar a safra de grãos de verão 2020/21 mas a continuidade do clima seco, que se configurou na maior estiagem dos últimos 100 anos, segundo o Simepar, é a maior preocupação dos produtores.

 

O plantio de soja em Santa Catarina deverá crescer de 2% a 3% na safra 2020/2021 e atingir 687 mil hectares, segundo previsões do analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Haroldo Tavares, vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural. “O ótimo preço da soja é o principal fator responsável pelo aumento da área, que deve levar a uma produção de 2,456 milhões de toneladas, com um rendimento médio de 3.575 quilos por hectare”, comenta.

 

Produtores de café relatam dificuldade para encontrar espaço em armazéns. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a situação é fruto da combinação de colheita acelerada de uma safra bastante volumosa — provavelmente, a segunda maior da história do Brasil — com relativa lentidão das exportações e do consumo interno, por conta da pandemia, que tem causado problemas no escoamento do produto.

 

O clima, que está garantindo uma produção farta de café no país nesta safra 2020/21, cuja colheita está na reta final, deverá ser motivo de dor de cabeça no próximo ciclo. A falta de chuvas e mais uma semana que começou quente, com temperaturas na casa dos 40°C na região Sudeste do país, poderão ter reflexos negativos na temporada 2021/22. O ciclo será de bienalidade negativa, o que já pressupõe uma produção inferior. Ocorre que a falta de chuvas em volume elevado impede que ocorram floradas uniformes.

 

O preço do milho encostou nos R$ 70 em algumas praças do Rio Grande do Sul acompanhadas pela consultoria Safras & Mercado. Este é o maior valor nominal de negociação da saca de milho no Brasil. No ano, a variação acumulada chegou a 50%. A recente alta do dólar e a oferta restrita do cereal têm impulsionado as cotações nas últimas duas semanas. A somatória de fatores como taxa de câmbio, exportações dentro do esperado, preço do mercado internacional e a capitalização do produtor que mantém a comercialização cadenciada.

 

No Rio Grande do Sul, os preços da soja subiram entre 3 a 4 reais/saca, atingindo R$ 154,00/saca em Ijuí e Cruz Alta, segundo informações da TF Agroeconômica. “Apesar da forte alta de Chicago, trazida pelo relatório de estoques trimestrais de soja nos EUA, e da forte alta nos preços, não houve muita movimentação no mercado gaúcho de soja, nem no disponível (por absoluta falta de produto) nem futuro (por falta de chuvas e incertezas sobre a produção da próxima safra)”, comenta a consultoria.

 

A São Martinho, um dos maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, fechou uma parceria com a empresa de telecomunicações Ericsson para desenvolver tecnologia. A ideia é acelerar a transformação das fazendas da companhia usando tecnologia 5G. Atualmente, problemas de conectividade no campo são um empecilho para utilização de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e outras inovações.

 

O atraso na chegada das chuvas em muitos estados, está deixando alguns produtores com uma decisão difícil nas mãos: plantar no pó ou esperar a chuvas? Claro que a escolha pode trazer consequências, como a perda de produtividade ou até replantio, no primeiro caso; e a perda da janela ideal para o plantio da segunda safra, para quem esperar as chuvas. O que fazer? Entre os que têm condições de semear a segunda safra, a maioria diz que não vai arriscar a plantar no pó e consideram uma mudança de estratégia para plantar após a retirada da soja.

 

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até o final de setembro. Nestes 21 dias úteis do mês, o Brasil exportou 6.608.121,8 toneladas de milho não moído, crescendo 45,10% do que foi registrado até a terceira semana do mês (2.053.975,93 toneladas a mais) e fechando com elevação de 1,8% do todo o contabilizado nos 21 dias do mês anterior, agosto (6.485.114,6 toneladas).

 

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Fonte: Atomic Agro