Instrutor credenciado do Senar-MT calcula impacto que o atraso do cultivo da soja pode provocar na segunda safra de milho, considerando a redução do potencial produtivo da lavoura

 

Outubro é normalmente o mês com a maior movimentação nos campos espalhados por Mato Grosso. É nesta época que o plantio das lavouras de soja se intensifica, conforme as condições meteorológicas permitem. Quando o tempo “não ajuda”, a apreensão é notada no rosto dos agricultores. O motivo é simples: se o cultivo da safra de verão atrasa, a implantação da segunda safra também sofre as consequências.

 

Na última semana os produtores aproveitaram a ajuda do tempo e fizeram o cultivo deslanchar no estado. A área semeada saltou de 18,7% na semana anterior, para 41,8%. O ritmo agora supera o registrado na média das últimas cinco safras (29,5%) mas ainda é inferior se comparado ao desempenho alcançado no ciclo passado. Em 2018, 50,9% das plantações já estavam semeados neste mesmo período. O avanço da última semana mostra que ainda há tempo – e estrutura nas fazendas – para “reverter” a lentidão dos primeiros dias de cultivo. Em apenas sete dias, os agricultores semearam mais de 2,25 milhões de hectares no estado. Teve gente avançando com as plantadeiras noite adentro para recuperar o tempo perdido.

 

Quem vai cultivar milho após a colheita da soja tenta garantir que o plantio da oleaginosa seja finalizado ainda no mês de outubro. Conseguir isso é praticamente garantir que o cereal da segunda safra seja semeado na melhor “janela”. Em Mato Grosso, o mês de fevereiro é considerado o período ideal para implantação dos milharais.

 

Quando o plantio é feito em março, o risco de “somar” prejuízos aumenta consideravelmente. Segundo o engenheiro agrônomo Márion Henry Ribeiro Dantas, os agricultores podem perder diariamente de R$ 25 a R$ 87 por hectare conforme o tamanho do atraso. Instrutor credenciado ao Senar Mato Grosso, ele falou sobre o assunto no quadro “Senar-MT Responde”, exibido excepcionalmente nesta segunda-feira no jornalístico Mercado e Companhia.

Fonte: Canal Rural