A Scot Consultoria afirma que desde meados de março, as usinas de etanol (milho e cana) sofrem com a retração do consumo de combustíveis, devido às medidas de restrições de circulação em função do coronavírus. Além disso, a queda no preço do petróleo afetou diretamente a competitividade da gasolina frente ao etanol, provocando uma queda de preço do combustível.

 

A situação é agravada pela projeção de produção brasileira de etanol de milho, que deverá ser de 1,64 bilhão de litros em 2019/2020 segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O incremento é de 107,4% frente a safra passada 2018/2019). Se confirmado, o volume será recorde.

 

A partir da cana-de-açúcar, serão produzidos 34 bilhões de litros de etanol, o que corresponde a 95,4% da produção de etanol (milho e soja) no país, que está estimada em 35,6 bilhões de litros nesta temporada.

 

Diante desse quadro, boa parte das usinas de etanol de milho suspenderam as atividades em abril. Com isso, os negócios com DDG e WDG, que são coprodutos da produção de etanol de milho, foram os estabelecidos anteriormente através de contratos para a retirada ao longo de 2020. Novas compras ou contratos futuros estão suspensos, por ora.

 

“Nas usinas que estão ativas, há possibilidade de compras para o segundo semestre, no entanto, a disponibilidade deverá ser menor que o previsto antes dessa crise, e certamente será revisada dependendo do rumo do mercado”, diz a empresa.

 

Preços

Na segunda quinzena de abril, o mercado ficou paralisado. Segundo a Scot, os preços desses coprodutos do milho ficaram estáveis frente a primeira metade do mês. O DDG e o WDG ficaram cotados, respectivamente, em R$ 808,99 e R$ 200 por tonelada na média de preços em Mato Grosso e Goiás, sem considerar o frete.

 

A empresa afirma que a desvalorização do milho, que pesa nos custos de originação da usina de etanol, geram a expectativa de que as cotações do DDG e WDG percam força em curto e médio prazos.

Fonte: Canal Rural