Em documento enviado ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e mais nove entidades do setor sucroenergético pediram medidas de garantia de remuneração aos produtores de cana-de-açúcar, especialmente os fornecedores independentes da matéria-prima. O setor solicita ações para assegurar que as usinas sejam capazes de cumprir os compromissos com eles assumidos, pagando em dia os contratos de fornecimento.

 

Além dessa medida, as entidades já haviam informado que a solicitação de isenção temporária de PIS/Cofins sobre o etanol hidratado, aumento da Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina e instituição de um programa de warrantagem (uso do produto como garantia em empréstimo).

 

As associações representativas haviam afirmado que a falta de ajuda por parte do governo poderia colocar toda a cadeia em colapso. “O colapso, em menos de um mês, atingirá muitas das 360 usinas e destilarias, além de 70 mil produtores rurais, que, juntos, oferecem cerca de 750 mil empregos diretos e, pelo menos, 1,5 milhão de postos indiretos, em mais de 1200 cidades brasileiras, sem falar na indústria de base e naquela de máquinas e de equipamentos. São 370 usinas e destilarias, 70 mil fornecedores de cana-de-açúcar, num total de 2,3 milhões de empregos diretos e indiretos que estão sob ameaça iminente”, diz o documento.

 

As entidades alegam que o etanol, um dos produtos mais impactados pela crise, tem sido vendido abaixo de seu valor de custo. Se permanecer assim, usinas serão obrigadas a interromper a safra que mal começou, com efeitos impensáveis para uma cadeia que envolve produtores de cana, fornecedores de máquinas e insumos, cooperativas e colaboradores em mais de 1200 cidades brasileiras.

Fonte: Canal Rural