Com a alta do preço do trigo em 21,7%, o produtor pode ter uma opção de renda na cultura nesta safra no Rio Grande do Sul. A avaliação é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). A entidade divulgou o primeiro levantamento dos custos da lavoura para o período, conduzido pelo economista Tarcísio Minetto. Com esta projeção, o necessário em produção para cobrir o custo será 14,4% menor em relação ao período anterior.

 

O custo total do trigo no Rio Grande do Sul deve chegar a R$ 3.282,38 por hectare, Com isso, o produtor precisará colher 65 sacas para cobrir o custo total nestas condições. Já o desembolso ou custo variável ficou em R$ 2.408,64, com projeção de 48,17 sacas para cobrir os custos. Isto significa um leve aumento no custo total do trigo de 4,19% e de 3,71% no desembolso, em relação ao último estudo da safra de 2019. Sem a remuneração ao fator terra, o custo é de R$ 2.944,32 por hectare.

 

Na avaliação do estudo, esta é considerada uma relação de custos bem melhor que as últimas safras. “Os dados mostram que claramente temos um momento propício e favorável para o plantio do trigo. Se pegarmos o histórico dos últimos 20 anos temos um dos melhores momentos para o plantio, baseado principalmente na alta do dólar, o que influenciou no preço e os insumos, mesmo com elevação, não subiram todos na mesma proporção”, destaca o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires.

 

Conforme o dirigente, isto remete a um aumento significativo na área de trigo, que pode chegar a mais de 20%. “Teremos a possibilidade de uma rentabilidade além de que o produtor tem consciência de que precisa de uma cultura de inverno para a proteção do solo e também ter uma possibilidade de renda já que não houve esta renda na soja”, observa.