Casos de amaranthus híbrido estão se tornando incontroláveis em pequenas propriedades da região de Ponta Grossa, PR. Há identificação de outros casos na região de Passo Fundo, no RS. A erva daninha mostra forte resistência ao efeito do glifosato. Na Argentina o amaranthus já causa perdas de 15 sacas por hectare.

 

No Paraná, o setor de herbologia da Fundação ABC identificou plantas de A. hybridus com suspeitas de resistência ao herbicida glyphosate e inibidores da ALS, no município de Ponta Grossa-PR.

 

O trabalho realizado a campo pela fundação constatou que as doses do herbicida comercial glyphosate desde 1,0 até 32,0 L.ha-1 não ocasionaram controle dessas plantas de caruru, mesmo nas doses maiores do herbicida.

 

Amostras das plantas foram coletadas e encaminhadas para diferentes institutos e laboratórios do país, que identificaram como sendo da espécie de Amaranthus hybridus e também, apresentando as mesmas características de tripla mutação encontradas nos biótipos de caruru do Rio Grande do Sul e Argentina.

 

Ensaios com herbicidas pré-emergentes já foram realizados na área para posicionamento e sugestões de controle do A. hybridus e futuros ensaios de eficácias dos herbicidas na dessecação pré-semeadura e pós-emergência das culturas: soja, milho e feijão serão instalados para compreender melhor a respeito do manejo deste biótipo de caruru.

 

Na safra 2018/2019, foi constatado no Rio Grande do Sul o primeiro caso de plantas de A. hybridus resistente a glyphosate no Brasil, estes apresentaram a mesma tripla mutação presente na Argentina (TAP-IVS: T102I, A103V e P106S) (Oliveira et al., 2019).

 

Na Argentina existem casos de resistência ao herbicida glyphosate desde de 2013, e atualmente há plantas desta espécie que apresentam resistência múltipla aos herbicidas, inibidores da EPSPS (glyphosate), ALS (chlorimuron–ethyl) e Auxinas (2,4-D) (HEAP, 2019).

 

Com isso, a aplicação de glyphosate na pós-emergência da soja ou do milho RR se mostra inefi caz, sendo necessária a utilização de herbicidas na pré-emergência e pós-emergência da cultura, encarecendo o custo de controle.

 

Recentemente, foi revelado um novo caso de populações de A. hybridus resistente a glyphosate, na Argentina, proporcionado por uma tripla mutação (TAP-IVS: T102I, A103V e P106S) na enzima 5-enol-piruvilshikimato-3-fosfato sintase (EPSPS), sendo que a dose de glyphosate para controlar 50% desse biótipo foi de 20,9 kg de i.a.ha-1, equivalente a 46,9 litros.ha-1 de glyphosate (Perroti etal., 2019).

 

A planta de caruru tem capacidade de produzir de 200 a 600 mil sementes e a dispersão é feita por meio da semente, abertura espontânea dos frutos, podendo ser principalmente disseminadas por ventos, máquinas agrícolas, canais de irrigação, insumos, esterco animal, pássaros, mamíferos e sementes.

 

A presença da planta daninha nas culturas do milho e da soja, podem reduzir o rendimento em até 80%, além de inviabilizar a colheita mecânica. Outra informação relevante é que as plantas possuem hibridação natural e, portanto, pode ocorrer transferência da resistência à herbicidas de A. hybridus para outras espécies de caruru.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas