Soja: sem chuvas consistentes, Mato Grosso tem replantio e já prevê perdas
A falta de chuvas em diversas áreas de soja Mato Grosso tem trazido dor de cabeça aos produtores. Por lá, já há uma estimativa do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) de que 2,5% da área de 10,3 milhões de toneladas foram replantadas. Além disso o déficit hídrico já faz alguns produtores estimarem perdas de até 30% na produtividade.
Com muito esforço, o produtor Cláudio José Scariote conseguiu terminar todo o cultivo dos 3.800 hectares de soja em Sapezal. Metade de sua área se desenvolve bem. Entretanto, o restante sofre as consequências das chuvas mal distribuídas, acompanhadas de temperaturas acima dos 43 °C.
Por lá, 170 hectares de soja tiveram que ser replantados e, com isso, o agricultor estima uma quebra de safra em torno de 20%.
Foto: Aprosoja-MT
“Vamos torcer para que as chuvas se normalizem, para um pouco que tem ainda nas lavouras produzir. A situação é uma das piores de todos esses anos que estou aqui, e hoje se nós cumprirmos os contratos que fizemos, já vamos estar mais no lucro”, afirma Scariote.
Segundo o produtor, não é só a fazenda dele que está ruim, os vizinhos também estão com muitos problemas por conta do clima.
Foto: Aprosoja-MT
“Tem lavouras muito comprometidas, alguns até desistindo da soja, nivelando, gradeando as terras para ir para o algodão. A maioria das áreas por aqui estão com a metade das lavouras em condições péssimas. Sapezal deve ter uma quebra muito grande na soja. Moro aqui há 39 anos e em nunca vi faltar chuva como este ano”, ressalta Scariote.
A Aprosoja MT confirma que Sapezal, localizado no oeste do estado, é um dos mais prejudicados pelo estresse hídrico deste ano e acredita que quase 6% das áreas tem necessidade de replantio.
Foto: Aprosoja-MT
“Temos lavouras que já entraram no período reprodutivo e estão formando vagens com pouca chuvas, ou seja, essas plantas têm um porte muito baixo e nesse momento que elas precisam de chuvas para encher os grãos e dar peso, não estão tendo. Então os prejuízos se intensificam cada vez mais”, diz o vice-presidente eleito da entidade, Lucas Costa Beber.
Estado todo com problemas
Outras regiões do estado também sentem as consequências da irregularidade pluviométrica e devem registrar quebras de produtividade significativas. Segundo o Imea as perdas já superam os 1%, já a Aprosoja fala em pelo menos 5%.
Foto: Aprosoja-MT
Foto: Aprosoja-MT
Foto: Aprosoja-MT
“As lavouras não estão em perfeitas condições em sua maioria. Vemos por ai plantas amareladas, com baixo porte e em alguns lugares os produtores relatam que estão sem chuvas a mais de 25 dias. Temos relatos em áreas pontuais de perda de até 30%, fator que chama atenção e que não é normal. Por isso não é nenhuma ousadia falar em perdas consolidadas no entorno dos 5% dentro do estado”, afirma Beber.
Fonte: Canal Rural