O mercado do milho tem o foco total voltado para o clima nos Estados Unidos e os impactos que ele deve provocar nos preços. No mercado interno, os preços mais altos nos portos podem resultar em exportações mais altas, o que deve impactar nos estoques do grão.

 

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Paulo Molinari.

 

– USDA corta estoques norte-americanos de milho para 28 milhões de toneladas, os mais baixos desde 2012. Contudo, com a China já posicionada em compras até setembro e com as vendas semanais dos Estados Unidos se acomodando, o mercado parece não ter visto uma situação crítica para o curto prazo;

 

– A China vai acentuando a utilização de outros insumos na produção animal até chegar a sua nova safra em outubro próximo;

 

– Contudo, não se pode ter certeza das ações chinesas no mercado internacional nas próximas semanas;

 

– A safra norte-americana de milho segue com preocupações devido ao junho mais seco nas Planícies e principalmente em Iowa. Nesta semana ocorreram chuvas nas Planícies aliviando um pouco a situação mas Iowa segue ainda seco;

 

– Não pode ser avaliada qualquer quebra de produção até o momento, mesmo que alguma localidade tenha registrado replantio;

 

– A atenção é para frente, ou seja, se as chuvas vão retornar ou não. Por isso, o mercado aguarda as novas projeções de clima nesta próxima semana para avaliar o perfil;

 

– Agora, o mercado do milho está na dependência climática;

 

– O mercado interno tem uma situação agora de pré-colheita da safrinha 21. Por maior que esteja sendo a quebra da safrinha, nos próximos 90 dias perto de 62 milhões de toneladas entrarão no mercado brasileiro;

 

– As decisões do produtor em vender ou não a safrinha determinarão o movimento de preços nesta colheita;

 

– O outro ponto é a forte diferença entre os preços internos e o nível de porto. Porto a R$ 85 contra um mercado interno de R$ 95 CIF isto pode conduzir as tradings a virar suas ofertas para o mercado interno e não tanto para a exportação;

 

– Naturalmente, uma boa parte da safrinha já esta comprometida com embarques na exportação, a qual não será revertida para o mercado interno;

 

– Neste ponto, o quadro de atenção. Quanto mais o mercado interno tender a se ajustar ao preço de porto maior será a possibilidade de uma exportação maior. Quanto maior a exportação neste segundo semestre maior a chance de ajuste nos estoques de milho para 2022;

 

– Fraca exportação representará uma boa sobra interna e acomodação de preços – Atenção prioritária agora ao clima norte-americano.

Fonte: Canal Rural