Atraso mais significativo no cultivo da soja está na região Norte

 

O plantio da soja da safra 2019/20 no Paraná foi feito em 45% da área estimada de 5,5 milhões de hectares, porém está um pouco atrasado em relação ao ritmo de anos anteriores, aponta novo levantamento divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.

 

O período da soja no Paraná vai até 31 de dezembro, então há tempo para recuperação, informa o analista Edmar Gervásio, do Deral. Em condições normais de clima, o Deral estima um volume de 19,8 milhões de toneladas para a safra de soja, que representa um incremento de 23% sobre a soja da safra passada (2018/19) que atingiu volume de 16,1 milhões de toneladas. A safra anterior foi prejudicada pela seca.

 

Segundo Gervásio, as últimas chuvas beneficiaram mais as lavouras das regiões Sudoeste e Sul. Já na região Oeste, grande produtora de soja, ocorreram chuvas, mas elas foram insuficientes e o solo voltou a ficar seco. Apenas 18% da área prevista na região foi plantada. A preocupação é que o período para o plantio começa a ficar restrito no Oeste.

Se chover no Oeste, a soja ainda pode ser plantada. Agronomicamente, é recomendável para o desenvolvimento da planta. Porém, se for considerado o sistema de produção, que inclui o plantio do milho safrinha, pode haver comprometimento, salienta Gervásio.

 

Isso porque, segundo ele, o plantio tardio da soja certamente vai comprometer o do milho safrinha da safra 2020 na região, que é bastante significativo para a produção estadual. Quando a soja é plantada mais tarde, a colheita também é tardia, o que vai prorrogar o período de plantio do milho safrinha na região, que está sujeito a ser atingido por geadas no ano que vem.

Enfim, frisa Gervásio, no Paraná os períodos de plantio são praticamente cronometrados para proporcionar o máximo de rendimento com a sucessão de safras. O atraso mais significativo no cultivo da soja está na região Norte, que planta mais tarde, portanto tem mais tempo para recuperação.

 

Fonte: UDOP – UNIÃO DOS PRODUTORES DE BIOENERGIA