O preço do milho bateu um recorde histórico no Brasil, com a cotação atingindo 81,48 reais por saca de 60 kg nesta terça-feira, o que apagou máxima anterior de 2007, de acordo com indicador referencial do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

 

No acumulado de outubro, o milho registra alta de 28,05%, segundo o Cepea, que citou em análise recente a retração de vendedores e a elevação dos valores nos portos de exportação diante da boa demanda como fatores para o avanço da cotação, além do aquecido consumo doméstico.

 

No acumulado de 12 meses, o milho praticamente dobrou de preço, conforme o indicador, que mede negócios do produto posto na região de Campinas (SP).

 

O recorde anterior, considerando a inflação do período, havia sido registrado em 30 de novembro de 2007, ficando alguns centavos abaixo do valor desta terça-feira.

 

Segundo o Cepea, o mercado também está preocupado com os impactos da seca para a safra de verão, que está sendo plantada, e por isso aqueles que têm milho estão segurando as vendas.

 

A alta na cotação tem pressionado produtores de aves e suínos e a indústria de carnes, uma vez que o milho é o principal componente da ração.

 

“Muitos compradores já demostram dificuldades em encontrar novos lotes de milho no spot e também indicam ter margens comprometidas diante do atual preço”, comentou o Cepea.

 

“Contudo, ao avaliarem a viabilidade das importações (fora do Mercosul), demandantes se esbarram nas dificuldades logísticas e no dólar elevado”, disse o Cepea.

 

Eventuais compras com isenção de tarifa poderiam ser feitas nos Estados Unidos, segundo especialistas.

 

O Brasil tem lidado com preços recordes de diversos produtos agrícolas, incluindo o arroz e a arroba bovina.

 

O dólar forte frente ao real, além da boa demanda pelos produtos, está colaborando para impulsionar as cotações.

Fonte: Notícias Agrícolas