Baixa oferta do grão, por conta das exportações recordes em 2019, demanda interna aquecida e a retração dos vendedores cria cenário que aponta novas altas.

 

O preço do milho, medido pelo indicador Esalq/BM&FBovespa, com base em Campinas (SP), teve novo recorde no fechamento desta terça-feira, 17. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o cereal atingiu R$ 58,41 por saca. No acumulado do mês, a alta é de 9,69%. Este é o maior valor nominal desde quea série foi iniciada, em 2004.

 

O Cepea afirma que esse cenário de alta acontece devido a oferta limitada e demanda interna aquecida. Vale lembrar que em 2019, as exportações do grão atingiram o maior volume da história. Outro motivo desse incremento expressivo é a retração dos produtores rurais, mesmo com a colheita da safra verão avançar no Sul do país. “Muitos produtores seguem preferindo negociar a soja em detrimento do milho”, diz.

 

Mas enquanto o mercado à vista segue com preços firmes, a consultoria Agrifatto indica que os contratos negociados em bolsa antecipam um movimento de queda, colocando o vencimento de maio de 2020 com valores R$ 10 por saca abaixo do físico atual.

 

“Este movimento na B3, com valores descolados da realidade do físico, pode ser entendido como oportunidades para a ponta compradora”, afirma.

Para a Scot Consultoria, no curto e médio prazos, a expectativa é de preços firmes para o milho e altas não estão descartadas no mercado brasileiro até que se tenha uma ideia melhor acerca da produção na segunda safra, em reta final de semeadura no país.

 

“A boa demanda, as incertezas com relação ao clima e o câmbio são os principais fatores de sustentação das cotações em reais. De qualquer forma, a atenção continua com relação ao monitoramento da situação do coronavírus e petróleo no Brasil e no mundo, que poderá afetar a economia mundial”, disse a empresa.

Fonte: Canal Rural