Produtores de Mato Grosso relatam que infestação está maior nesta safra. Insetos são facilmente vistos até nas colheitadeiras, durante a retirada da soja.

 

Em Mato Grosso, a infestação de uma praga já bastante conhecida está tirando o sono dos produtores rurais: o percevejo barriga verde. O invasor usa a cultura da soja como ponte para invadir as lavouras de milho recém cultivadas e podem comprometer em até 50% a produtividade, afirmam especialistas.

 

Olhando rapidamente uma lavoura de soja foi possível contar mais de 10 percevejos espalhados. E não é só em um talhão, o inseto está presente em todos os 3,5 mil hectares de soja do produtor Luiz Carlos Raimundo, que fica em Diamantino (MT). Os 800 hectares de milho recém-plantado já viraram alvo dos percevejos e ali eles causam mais prejuízos.

 

“Em 2018 perdemos bastante produtividade com essa praga. Tivemos áreas com perdas de dez sacas por hectare, por conta do percevejo. Por isso estamos bem forte em cima deles. Estamos colhendo a soja e percebendo a grande concentração. Até na própria máquina é possível ver eles. Esse ano a pressão está bem maior e, estamos gastando uma aplicação a mais, pelo menos”, diz Raimundo.

 

Outro produtor da região, Sílvio Roberto Brugnago, não poupou esforços e recursos e montou uma força-tarefa contra a praga. Reforçou o tratamento de semente, antecipou a aplicação de agroquímicos na área e já programou mais algumas pulverizações extras. Para ele, o investimento vale a pena.

 

“Farei de três a quatro aplicações, caso contrário perdemos o controle e o dinheiro. Hoje, o preço do milho está compensando fazer isso. O vizinho colhe a soja do lado dele invade e a praga invade a nossa lavoura. Se não cuidar das bordaduras, a praga entra”, comenta.

 

O percevejo barriga verde tem um ciclo de vida que dura em torno de 42 dias. A cultura da soja e do milho sofrem os maiores danos, principalmente nos primeiros 30 dias de lavoura.

 

“Aqui dentro da planta do milho tem um miolo onde tem açúcar, que é justamente o que eles querem. Ao picar ele insere uma toxina que apodrece tudo ali dentro e essa planta não vai ter mais espiga”, afirma o engenheiro agrônomo, Cledson Guimaraes.

 

Para evitar prejuízos, a recomendação é antecipar o manejo de controle de pragas e reforçar o monitoramento da área.

Fonte: Canal Rural