O outono começa à meia-noite e 50 minutos desta sexta-feira (20) e termina às 18h44 do dia 20 de junho. A principal característica da estação é a grande redução da frequência e do volume de chuva na maior parte do país. Porém, para muitas áreas da Região Norte e do Nordeste, outono é sinônimo de aumento da chuva. Na costa norte do Nordeste, entre o Rio Grande do Norte e o Maranhão, outono é o pico da da estação chuvosa.

 

Na Região Norte, ou outono ainda é época de muita chuva no Amapá, no norte do Pará e do Amazonas. Ainda chove no começo da estação n Tocantins, mas o tempo seca em seguida. A chuva aumenta em Roraima.

 

No Sudeste e no Centro-Oeste e também em estados como Rondônia e Acre, outono significa chuva parando, ar secando e  a chegada das primeiras massas ar bastante frios.

 

O outono de 2020 deve transcorrer com neutralidade no oceano Pacífico. Isto significa que não efetivamente não temos o desenvolvimento de fenômenos oceânicos como El Niño ou La Niña. Porém, há uma tendência de resfriamento no Pacífico. Assim, o outono de 2020 deve transcorrer em neutralidade mas com viés frio.

 

O ponto mais importante a ser destacado no outono é a recuperação de chuvas da Região Sul, que vive um grande problema de estiagem neste verão.

 

Já a partir de abril, há indicação de início de recuperação, com chuvas mais consistentes em comparação aos últimos meses. Em maio, a previsão é de que os totais de chuva superem em boas quantias a média histórica de precipitação.

 

Segundo o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, o outono paranaense caracteriza-se pela grande variabilidade das chuvas, em sua maioria decorrentes da passagem de frentes frias. “Maio costuma ser mais chuvoso em comparação com abril e junho”, afirma. Os maiores volumes são registrados nas regiões Sudoeste e Oeste. À medida que o inverno se aproxima, as temperaturas diminuem progressivamente. A partir da segunda quinzena de abril, aumenta o risco climático de geadas. “A ocorrência de nevoeiros também é típica da estação, com intensidade e duração variando conforme o padrão de tempo predominante em cada região”, informa Kneib.

 

A previsão indica que as chuvas seguirão os padrões da climatologia no Paraná. Ao longo do trimestre devem ocorrer os chamados “veranicos” – períodos superiores a dez dias consecutivos sem chuvas.

 

Este cenário para os próximos meses não favorece a recuperação da umidade perdida devido à estiagem dos últimos 45 dias no Paraná. As temperaturas estarão próximas aos valores médios para a estação. “Em todas as regiões, normalmente o outono apresenta grande amplitude térmica diária, que é a diferença entre a menor e a maior temperatura”, diz o meteorologista.

 

As primeiras geadas devem ocorrer em abril entre as regiões Central e Sul, em áreas de vales e encostas protegidas do vento. Em maio e junho, as geadas devem atingir todas as regiões. Em alguns dias, as temperaturas serão altas à tarde, entrando em declínio quando ingressarem massas de ar frio de forte intensidade. Os modelos dinâmicos e estatísticos sugerem que não haverá influência dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña neste outono.

 

AGRICULTURA

As baixas temperaturas ocasionadas por massas de ar frio podem afetar o milho segunda safra, principalmente em lavouras implantadas fora do período de semeadura indicado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Quanto mais tarde as lavouras entrarem nas fases de floração e frutificação, mais suscetíveis ficam aos danos e às perdas pelo frio. A irregularidade e a restrição de chuva previstas para o outono também podem prejudicar o milho safrinha.

 

O trigo pode ser impactado pela diminuição das chuvas, principalmente nas fases críticas de germinação e emergência das plantas e enchimento de grãos. Geadas fortes na fase de florescimento podem causar redução da produtividade.

 

Para evitar que toda a lavoura seja prejudicada caso ocorra algum evento climático extremo, como seca ou geada, as pesquisadoras do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná Iapar-Emater, Heverly Morais e Angela Beatriz Ferreira da Costa, orientam os agricultores a respeitarem o Zoneamento Agrícola e escalonarem a semeadura em períodos espaçados de duas semanas.

 

Por serem extremamente sensíveis às baixas temperaturas, as hortaliças devem ser protegidas em caso de previsão de geadas. As plantações de café também ficam vulneráveis, principalmente as mudas em viveiros e plantas com até dois anos no campo.

 

No início de maio, será ativado o Sistema Alerta Geada, que emitirá boletins diários. O serviço mantido pelo Iapar em parceria com o Simepar apresenta sugestões para a proteção dos viveiros e das lavouras cafeeiras recém-plantadas.

Fonte: Agrolink