A Argentina detectou nos últimos dias focos de gafanhotos em localidades da província de Misiones, muito próximas da fronteira com o Rio Grande do Sul. A informação do país vizinho despertou o alerta da Defesa Agropecuária gaúcha, que afirma que há grupos de insetos a cerca de 5 quilômetros do município de Porto Xavier (RS).

 

De acordo com levantamento do Serviço de Saúde e Qualidade Agroalimentar argentino (Senasa), os insetos observados são da espécie mais conhecida como tucura. Eles têm normalmente maior porte que os gafanhotos comuns, mas não são tão vorazes, nem se deslocam com igual velocidade.

 

O engenheiro agrônomo Hector Medina, especialista em gafanhotos do Senasa, publicou um vídeo em sua conta no Twitter na semana passada mostrando os insetos encontrados em Misiones.

 

Os tucuras foram detectados em três propriedades da localidade de Campo Viera e um uma em Itacaruaré. Não houve relatos de danos em cultivos, mas apenas em vegetação rasteira e em árvores.

 

Rio Grande do Sul

Segundo o fiscal agropecuário do Rio Grande do Sul Juliano Ritter, a Defesa Agropecuária do estado já estava ciente de que poderia haver a formação de grupos de gafanhotos na região, em função da alta temperatura e do clima seco. Mas ele frisa que a espécie avistada não é a mesma que provocou preocupação em meados deste ano.

 

“[Esse gafanhoto] é conhecido por aqui como gafanhoto-bandeira ou gafanhoto-soldado, e causa pequenos danos; normalmente ataca plantas invasoras. Agora na Argentina fez um ataque em erva-mate, mas pouco expressivo”, conta.

 

Ainda assim, a fiscalização se mantém de olho nos insetos. “A Defesa Agropecuária do Rio Grande do Sul segue atenta e em contato com o Senasa, monitorando qualquer condição que possa trazer risco de ingresso da praga em nosso estado. Caso isso ocorra, estamos prontos para fazer qualquer tipo de controle ou monitoramento preventivo”, assegura Ritter.

 

Tucuras

Um comunicado da entidade argentina afirma que os tucuras já foram registrados antes na província de Misiones, onde são considerados uma praga ocasional. Esses gafanhotos têm comportamento gregário e podem ser encontrados em grupos numerosos, lembra o Senasa.

 

No entanto, sua capacidade de deslocamento não seria comparável à dos gafanhotos da espécie sul-americana, chamados localmente de langostas, que se movem em grandes nuvens, devorando o que encontram pelo caminho.

 

De todo modo, o Senasa colocou os produtores em alerta para que comuniquem as autoridades sanitárias argentinas, caso detectem a presença do inseto em suas propriedades.

Fonte: Canal Rural