Milho se desvaloriza no Brasil nesta 3ªfeira e atinge menor nível em 3 meses e meio
A terça-feira (22) chega ao final com os preços do milho pendendo para baixo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas em Jataí/GO e Rio Verde/GO.
Já as desvalorizações apareceram nas praças de Não-Me-Toque/RS, Panambi/RS, Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Eldorado/MS e Cândido Mota/SP.
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “as cotações do milho no mercado físico em São Paulo tem recuado mesmo com pouquíssimos negócios concretizados. As atenções se voltam para o dólar que depois de dias de queda está mais comportado. A colheita da safrinha no Brasil Central ainda é incipiente e disponibiliza volumes poucos relevantes”.
A análise da Agrifatto Consultoria acrescenta que, “com o dólar encostando novamente nos R$ 5,00, as negociações de milho voltaram novamente a ser puxadas para baixo, com a referência de preço na casa dos R$ 89,00/sc em São Paulo”.
A consultoria SAFRAS & Mercado aponta que o mercado brasileiro de milho deve ter dias de poucos negócios. “Os compradores seguem distantes dos negócios, aguardando um maior movimento de queda nos preços para retomar as aquisições”.
B3
Os preços futuros do milho tiveram mais um dia de recuo na Bolsa Brasileira (B3), atingindo o menor nível nos últimos 3 meses e meio, conforme aponta a consultoria Agrinvest. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 2,88% e 3,62% ao final da terça-feira.
O vencimento julho/21 foi cotado à R$ 80,80 com queda de 2,88%, o setembro/21 valeu R$ 80,94 com perda de 3,53%, o novembro/21 foi negociado por R$ 82,60 com desvalorização de 3,62% e o janeiro/22 teve valor de R$ 85,10 com baixa de 3,61%.
Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os números de projeções de produção para esta safrinha vão de 60 a 68 milhões de toneladas, com a maioria ficando abaixo de 64, mas ainda com números indefinidos.
“Está começando agora com 5% colhido no Mato Grosso e 2% nos demais estados. Ainda é muito cedo porque foi uma safrinha muito prejudicada, mas do melhor investimento em tecnologia. Eu ainda fico na dúvida se vai quebrar tanto ou vai quebrar menos. Tem lavouras que pareciam muito ruins e estão colhendo bem e outras que não dão nem colheita”, aponta.
Brandalizze ainda comenta que é normal que o mercado comece a se acomodar porque temos a necessidade de exportar. “Se colher 60 milhões de toneladas, vamos usar 40 no mercado nacional e sobram 20 milhões para exportar”.
Mercado Externo
A Bolsa de Chicago (CBOT) encerrou as atividades de terça-feira com os preços internacionais do milho futuro operando em campo misto. As principais cotações registraram movimentações entre 18,25 pontos negativos e 0,50% positivo ao final do dia.
O vencimento julho/21 foi cotado à US$ 6,59 com alta de 0,50 pontos, o setembro/21 valeu US$ 5,53 com desvalorização de 18,25 pontos, o dezembro/21 foi negociado por US$ 5,39 com perda de 18,00 pontos e o março/22 teve valor de US$ 5,46 com baixa de 18,00 pontos.
Esses índices representaram estabilidade, com relação ao fechamento da última segunda-feira, para o julho/21, além de queda de 3,15% para o setembro/21, de 3,23% para o dezembro/21 e de 3,19% para o março/22.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho nos Estados Unidos caíram em sua maioria na terça-feira, já que as últimas previsões do tempo indicavam que as chuvas necessárias chegariam ao meio-oeste dos Estados Unidos no momento que as lavouras entram em estágios de desenvolvimento.
“Tem estado muito seco, mas a secura nos estágios iniciais em que estivemos é muito menos significativa do que a secura na polinização que ocorrerá aqui nas próximas semanas. Estamos realmente atingindo o momento crucial”, disse Ben Buie, líder da equipe de grãos da MaxYield Cooperative.
A publicação destaca ainda que, embora a maioria dos contratos de milho tenha sido negociada em território negativo, o contrato do primeiro mês de julho firmou com a oferta restrita no país sustentando os preços.
Fonte: Notícias Agrícolas