Investimento em tecnologia aumentou a produtividade no Brasil
Com o crescimento do uso de transgênicos, diminuíram os custos de produção e, com essa economia, foi possível investir mais em adubação e melhoramento das sementes.
O crescimento do uso de tecnologia no campo, aliado a pesquisas de melhoria genética, tornou possível o aumento das safras de grãos sem que a área da colheita acompanhasse o mesmo ritmo de crescimento. Um exemplo é a soja, cujo volume de produção mais que dobrou, crescendo 123% entre 2006 e 2017, enquanto sua área de colheita aumentou 72%. Nesse período, passou-se a produzir 3,4 toneladas de soja por hectare, quase 30% a mais que em 2006. Os dados são do Censo Agropecuário, divulgado pelo IBGE em outubro, 25.
“Houve ganho de tempo pela tecnologia. Melhoramento de semente, melhoramento de produto”, explicou o gerente técnico do Censo Agropecuário, Antonio Carlos Florido. No caso da soja, o gerente de Agricultura do IBGE, Alfredo Guedes, comenta que foram criadas variedades de sementes adaptadas ao sistema brasileiro, como o Cerrado e a região do Matopiba, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
“Com o crescimento do uso de transgênicos, diminuíram os custos de produção e, com essa economia, foi possível investir mais em adubação e melhoramento das sementes”, afirmou Guedes.
Entre os produtos com maior impacto na economia do país, o milho também teve destaque: a produtividade aumentou 56%, passando de 3,6 toneladas por hectare, em 2006, para 5,6 toneladas, em 2017.
Uma das explicações para esse fenômeno, além das tecnologias de melhoria genética, é o uso de técnicas como o plantio direto, que permitiu a melhor execução da produção intercalada entre o milho e a soja, comum nos grandes estabelecimentos. O último Censo Agro constatou um aumento de 85% na área com plantio direto nos últimos 11 anos.
A agricultura de precisão também é apontada como um dos fatores que possibilitaram esse aumento de produtividade. “Temos máquinas mais eficientes, que conseguem precisar a quantidade de adubação necessária para o solo. A gente consegue mapear quantos quilos de nutrição uma determinada área da propriedade precisa. Isso a gente não tinha no passado”, comentou Guedes.
Fonte: Canal Rural