O Brasil segue de olho nas condições reais das lavouras dos Estados Unidos. O crop tour realizado pela consultoria americana Pro Farmer trará atualizações e percepções de como andam as lavouras de soja no país. Os primeiros estados visitados já comprovam que a condição não está favorável e o rendimento das lavouras devem ser menores.

 

A primeira constatação veio de Dakota do Sul, onde a produtividade da soja deverá ficar abaixo da obtida no ano passado. A contagem de vagens em um espaço de 3 por 3 pés teve números entre 656 e 900 vagens no estado, com média de 832,85. Em 2018, o número final para Ohio ficou em 1.024. A média atual é a pior dos últimos três anos, que era de 964,96 vagens.

 

“Em geral, as lavouras de milho e soja ainda não estão na fase de maturação. Ainda vai levar um tempo para que a planta alcance seu potencial cheio de rendimento”, afirmou o líder da equipe que percorre o oeste dos estados produtores americanos, Jeff Wilson.

 

Em Ohio a perspectiva é a mesma, a produtividade da soja e do milho deverão ficar abaixo da obtida no ano passado.
A contagem de vagens em um espaço de 3 por 3 pés teve números entre 700 e 970 vagens no estado. Em 2018, o número era de 1.248.

 

“Milho e soja precisam de tempo e umidade para definir o potencial produtivo”, afirmou o líder da equipe que percorre o leste dos estados produtores americanos, Brian Grete.

 

A Pro Farmer não avalia o potencial de produtividade das lavouras americanas devido à indefinição de uma série de fatores que podem prejudicar o rendimento. Agosto é um mês crítico para a definição do potencial produtivo.

 

A dúvida de muitos produtores brasileiros a respeito dos dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra americana de soja, parece fazer sentido. Em um tour pelo cinturão agrícola do país, os representantes da Aprosoja disseram que nem mesmo os norte-americanos concordaram com o último relatório divulgado pela entidade.

 

Segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, o relatório foi uma decepção e as informações não estão conectadas com a realidade que foram observadas. “Alguns estados estão com as lavouras muito prejudicadas, muitas áreas sem plantio, semeadura fora da janela ideal. Então é meio duvidoso os dados do USDA. Nem o produtor americano está concordando com as informações repassadas pela entidade, assim com os nós brasileiros”, relata.

 

Os problemas climáticos fizeram com que muitos produtores adiassem o início da semeadura e, até por esta razão, muitas áreas não foram nem plantadas. Entretanto a possibilidade de problemas não para por ai. Muitos produtores estão relatando receio quanto à época da colheita, afirma o representante da Famato, Marcos da Rosa, após passar por lavouras em Illinois e Wisconsin.

 

Por: Canal Rural