Estiagem causa perdas de 30% em lavouras de soja do Rio Grande do Sul
Segundo a Defesa Civil do estado, clima seco e quente do verão está dentro da média prevista para o período e estima veranicos até fevereiro.
As lavouras de soja de Júlio de Castilhos, na região central do Rio Grande do Sul, estão sofrendo com a estiagem severa das últimas semanas. Segundo o engenheiro agrônomo da Cotrijuc, Felipe Mello, as áreas semeadas em outubro, que representam aproximadamente 20% da área total, de 100 mil hectares, já registram perdas de 30% na produtividade. A expectativa inicial era de 60 sacas por hectare.
A colheita da soja na região está prevista para começar entre 5 e 10 de março.
Pior seca desde 2012/2013
A seca que afeta o Rio Grande do Sul é a mais severa desde a safra 2012/2013, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do estado. “Historicamente, a cada dez anos, em sete deles nós tivemos algum comprometimento do potencial produtivo das lavouras e das pastagens em função de alguma restrição hídrica. Apesar disso, desde a safra de 2012/2013 para cá, não tivemos uma estiagem que causasse um prejuízo maior na nossa produção”, afirma o secretário em exercício da pasta, Luiz Fernando Rodrigues Júnior, em nota divulgada para imprensa.
A falta de chuvas volumosas, que em algumas regiões chega a 42 dias, aliada ao calor excessivo, já provoca prejuízos nas lavouras de soja, milho, fumo e nas pastagens para pecuária de corte e de leite. Até o fim desta semana, a Emater/RS deve divulgar um levantamento consolidado de perdas e sobre a situação da safra de milho e soja.
Defesa Civil considera veranico normal para o período
Diante do apelo de algumas entidades para que a defesa Civil do estado decretasse Situação de Emergência em decorrência da estiagem, a entidade soltou uma nota para justificar o por que não o fez ainda, Veja abaixo:
A Defesa Civil Estadual informa que, nesta terça-feira (7), realizou uma reunião técnica com os representantes do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), Sala de Situação e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) para avaliar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul.
O clima seco e quente do verão gaúcho está dentro da média prevista para o período. Esta condição meteorológica deverá se estender até o final do mês de fevereiro, com baixos volumes de chuvas.
Na agricultura, as perdas ocorrem de forma pontual em diferentes culturas.
No momento não há indicativo em relação ao desabastecimento de água no Rio Grande do Sul, bem como risco de prejuízo à geração de energia elétrica.
A Defesa Civil, contudo, alerta para a manutenção do uso racional e econômico da água, pois pode haver alteração neste quadro ao longo do período de verão.
Em relação a declaração de Situação de Emergência em decorrência da estiagem, a Defesa Civil esclarece que o registro deve ser relacionado a falta de água para consumo humano e os prejuízos na cultura agrícola de pequenos agricultores o que interfere na subsistência das famílias.
A partir da decretação de Situação de Emergência, o município tem 20 dias para conclusão do processo que possibilita a homologação por parte do Estado e o reconhecimento pela União.
As equipes da Defesa Civil do Estado, da SEMA e da EMATER permanecerão acompanhando o evento adverso estiagem em suporte técnico aos municípios e comunidades atingidas.
Fonte: Canal Rural