A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Banco Central firmaram convênio nesta quarta-feira, 11, para ampliação e modernização do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) de 2020 a 2022. A assinatura ocorreu na sede do Ministério da Agricultura, com a participação da ministra Tereza Cristina.

O acordo vai permitir o aprimoramento metodológico, a atualização do Zarc e ampliação do zoneamento climático de mais de 20 culturas. O convênio prevê a aplicação de R$ 28,5 milhões no período, provenientes da Embrapa e do Banco Central. O acordo tem a participação da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Fapep). A iniciativa irá beneficiar produtores atendidos pelo Proagro, Seguro Rural e do Garantia-Safra, que usam o zoneamento para terem acesso à cobertura securitária.

 

O chefe Nacional de Pesquisa do Zoneamento Agrícola de Risco Climático da Embrapa Informática Agropecuária, pesquisador Eduardo Monteiro, explicou que o convênio permitirá, por exemplo, processamento do zoneamento de cinco culturas simultaneamente, integração e capacitação de mais equipes da Embrapa, desenvolvimento de metodologia para zoneamento de culturas específicas (como sistemas agroflorestais) e ampliação do zoneamento de produtividade.

 

“Neste projeto, estamos colocando as bases para responder às questões de como plantar minimizando os riscos climáticos adversos na propriedade”, disse.

A ministra Tereza Cristina destacou que a ampliação do zoneamento “vai fazer com que o seguro chegue mais barato ao produtor”. Atualmente, agentes financeiros condicionam a concessão de crédito rural às recomendações do Zarc. Ela citou ainda que neste ano 100% do orçamento do Programa do Seguro Rural foram executados, totalizando R$ 440 milhões, o que não ocorria desde 2013. Para 2020, a previsão é de R$ 1 bilhão para subvenção do seguro.

 

O chefe substituto do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro do Banco Central, José Luis Guerra Silva, ressaltou que ferramentas, como o Zarc, tem ajudado o setor agrícola a alavancar as produções de forma consistente.

 

Já o presidente da Embrapa, Celso Moretti, enfatizou o papel do zoneamento agrícola no desenvolvimento da agricultura aliada à sustentabilidade. “É um exemplo do que o Brasil tem feito para o desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira”, disse.

 

De acordo com o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, a modernização do Zarc está alinhada ao trabalho que os produtores do país têm feito.

Participaram da cerimônia o Secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio Marques, e a gerente de Projetos da Faped, Simone Geralda dos Anjos Souza.

Ações previstas com o convênio:

  • Ampliação da capacidade da Embrapa em desenvolver a modelagem e o processamento das informações do Zarc;
  • Digitalização completa dos sistemas de informação e comunicação;
  •  Atualização da metodologia de quantificação de risco e modelagem apropriada para culturas já zoneadas ou adaptação de metodologia para novas culturas e sistemas de produção com diferentes níveis de manejo;
  •  Atualização das bases de dados meteorológicos utilizados no Zarc;
  •  Manutenção e atualizações da versão Android do aplicativo Zarc Plantio Certo e desenvolvimento e disponibilização da versão IOS;
  • Desenvolvimento do novo sistema web para consulta de resultados de Zarc por empreendimento e município em substituição ao modelo atual de publicação de tabelas no Diário Oficial;
  • Construção do novo sistema de classificação de solos para o Zoneamento e critérios de enquadramento de áreas/empreendimentos.

Para que serve o Zarc?

O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados a problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.

 

O sistema considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude).

Os agricultores são obrigados a seguir as indicações do Zarc para contratar recursos do crédito rural, da agricultura familiar e do seguro rural. O Zarc foi publicado pela primeira vez na safra de 1996 para o trigo. Hoje contempla os 26 estados e o Distrito Federal, incluindo mais de 40 culturas.

 

 

Fonte: Canal Rural