A Embrapa Agropecuária Oeste, através do seu sistema de previsão de geada, alerta que existe alta probabilidade de ocorrer geada forte no mês de junho de 2020, em municípios da região sul de Mato Grosso do Sul. Segundo a Embrapa Agropecuária Oeste, a probabilidade de ocorrer ao menos uma geada é de 96%. Além disso, existe 74% de probabilidade de que essa geada seja classificada como forte, ou seja, ocorra em condições de temperatura abaixo de 1ºC.

 

Riscos para o milho safrinha – O milho safrinha é a principal cultura de outono-inverno de Mato Grosso do Sul. Em 2018, foram cultivados no estado cerca de 1,7 milhão de hectares. Aproximadamente 70% dessas lavouras estavam na região Sul.

 

Segundo Danilton, as geadas são motivo de grande preocupação por parte dos produtores, especialmente se elas ocorrem no mês de junho. “Em junho, normalmente o milho ainda se encontra em uma fase sensível de seu desenvolvimento e a dimensão do prejuízo está associada à intensidade da geada”, esclarece ele.

 

É justamente por esse motivo que o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) estabelece que, nessa região, o milho safrinha deve ser semeado até 10 de março, pois até essa data os riscos são mínimos.

 

Porém, nessa safra a semeadura da soja em geral foi feita tardiamente, devido ao atraso nas chuvas. Assim, a tendência natural é que a semeadura do milho safrinha também seja realizada mais tarde. O alerta do pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste é que os agricultores busquem o apoio de técnicos capacitados e explica “a possibilidade de geada forte, no mês de junho, coloca essa safra de milho safrinha numa condição de alto risco, assim o planejamento deve ser feito de modo a minimizar os possíveis prejuízos que podem se tornar realidade caso esse cenário futuro de clima se confirme no Sul do Estado”.

 

Danilton sugere ainda que para esse ano sejam levadas em consideração outras alternativas de cultivo de cereais de inverno no planejamento agrícola, tais como: trigo e aveia e ressalta ainda que “essas são opções viáveis, desde que fatores como disponibilidade de sementes no mercado e canais de comercialização sejam favoráveis”.

Fonte: Embrapa