Em MS: falta de chuvas favorece infestação de pragas nas lavouras de soja
Muito valorizada no mercado, a soja tem ganhado cada vez mais espaço em Mato Grosso do Sul e avança sobre as áreas de cana e pastagens degradadas. A estimativa é de um incremento de 7% em relação à safra passada. Mas a falta de chuvas tem trazido preocupações, principalmente com pragas.
As plantadeiras seguem em ritmo acelerado nas principais regiões produtoras do estado, a pressa é para não perder o prazo da janela da semeadura.
“Estamos bastante atrasados em relação a média do estado, mas o que se acredita e tem visto dos produtores é um reforço nos plantios nessas próximas semanas para que a gente possa implantar essas lavouras aí na melhor época e a gente deve atingir isso até 30 de novembro”, diz o diretor executivo Aprosoja-MS, Frederico Azevedo.
A irregularidade das chuvas tem sido um dos obstáculos no campo. Preocupação para quem precisa cultivar e também para os que torcem pela manutenção da umidade para melhor desempenho nas lavouras germinadas. Até porque, a pressão das pragas é favorecida pelo tempo seco, ameaçando a produtividade da safra.
O produtor Rafael Marques Grimm já calcula prejuízos nos mil hectares semeados com soja nesta safra devido o ataque de pragas.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Salvador Foloni, o cenário é preocupante em relação ao potencial produtivo desta safra. Ainda mais com os atrasos no plantio e das chuvas. Mas alerta que é melhor esperar a umidade correta do que semear com pouca água.
“Pedimos para os agricultores que esperem o momento adequado para plantar. É melhor esperar a reposição dessa reserva no solo, porque sem isso o sistema radicular não encontrará água e as altas temperaturas forçam muito essa planta, trazendo falhas nos estandes e plantas subdesenvolvidas”, afirma o pesquisador.
As incertezas climáticas não atrapalharam o entusiasmo dos agricultores e a cultura está em evidência este ano. Segundo a consultoria Safras & Mercado Mato Grosso do Sul registrou um dos maiores incrementos de área de soja, chegando a 3,2 milhões de hectares de soja, alta de 7% em relação à safra anterior.
“Nos últimos três anos a soja tem avançado sobre algumas outras culturas, principalmente a cana-de-açúcar, já que algumas usinas foram desativadas no estado. Outro avanço acontece sobre as pastagens degradadas. Isso tudo está atrelado a melhoria logística do escoamento da produção e da industrialização, que o estado tem trabalhado fortemente”, diz o diretor da Aprosoja-MS.
Até a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fez uma visita ao estado para observar como a soja tem estimulado a produção do estado.
“O preço está contribuído para que as pessoas plantem soja e pensem em aumentar essa área”, reafirma ela.
Fonte: Canal Rural