1- Registros de defensivos já chegam a 325 neste ano

Recentemente, o governo liberou o registro de mais 63 defensivos, sendo sete deles novos produtos e 56 defensivos genéricos, ou seja, com ingredientes ativos que já estavam presentes no mercado e perderam a validade da patente. De acordo com o Ministério da Agricultura, no ano, 325 defensivos agrícolas foram liberados.

Entre os destaques de liberação, está o produto com ingrediente ativo fluopriram, usado para combater nematoides nas culturas de batata, café, cana, milho e soja e fungos nas culturas de algodão, feijão e soja. Leia mais sobre os produtos liberados.

O movimento, faz parte de um esforço conjunto do governo para conseguir retirar a burocracia do sistema que analisa e aprova as liberações. Há casos, por exemplo, de defensivos que estão na fila de avaliação há 10 anos.

 

2- Novas liberações de produtos não significam mais resíduos nos alimentos

O chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, explica que as novas liberações de agroquímicos não vai aumentar a quantidade de resíduos nos alimentos. Segundo ele, colocar um novo produto no mercado significa que os produtores rurais poderão substituir o defensivo que é mais tóxico ou menos eficiente, que é normalmente usado. Há casos ainda em que o agricultor poderá até diminuir a aplicação na lavoura.

“Ninguém toma mais paracetamol porque tem mais deste remédio no mercado”, comenta.

 

3- Liberação de um agroquímico passa por avaliação de 3 órgãos

Antes de um produto ter o registro liberado, três órgãos do governo avaliam os impactos do defensivo: o Ministério da Agricultura fica encarregado de analisar a necessidade agronômica em relação à determinada praga e eficiência, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável pela avaliação toxicológica e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) verifica os impactos que o agroquímico causa no meio ambiente.

No caso do Ibama, por exemplo, a avaliação passa por uma extensa lista de assuntos nem sempre correlacionadas entre elas. O instituto avalia os impactos no solo, biologia de diversos organismos, mutagenicidade; carcinogenicidade, comunicação de riscos (rótulo, bula, e avaliação de propagandas) e muito mais.

 

4-Menos da metade dos produtores conhecem os biodefensivos

Dados do Ministério da Agricultura apontam que 43% dos produtores rurais ainda não conhecem os biodefensivos. Apenas 39% deles utilizam em alguma área da lavoura. A falta de informação a respeito dos biológicos, que são confundidos muitas vezes com agroquímicos é um dos fatores que contribuiu para o resultado levantado, segundo a A diretora executiva da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), Amália Borsari.

Ela comenta que os produtos, além de proporcionarem boa produtividade, geram menos risco às pessoas e ao meio ambiente por usarem inimigos naturais das pragas, como fungos e bactérias. Atualmente, seu uso é mais comum em lavouras de soja e cana-de-açúcar.

 

5- Anvisa altera regras sobre classificação de agroquímicos

O novo marco regulatório dos defensivos, aprovado em julho pela Anvisa, atualizou os critérios de avaliação e de classificação toxicológica dos produtos. Entre as mudanças está a ampliação de quatro para cinco as categorias da classificação toxicológica, além da inclusão do item “não classificado”.

Por isso, a classificação em função da toxicidade deverá ser determinada e identificada com os respectivos nomes das categorias e cores no rótulo dos produtos, de acordo com o estabelecido abaixo:

 

Categoria 1: Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha;

Categoria 2: Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha;

Categoria 3: Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela;

Categoria 4: Produto Pouco Tóxico – faixa azul;

Categoria 5: Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul;

Não Classificado – Produto Não Classificado – faixa verde.

 

Com isso, o Brasil adota os padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), que ajuda para que as regras fiquem harmonizadas com as de países da União Europeia e da Ásia, fortalecendo a comercialização de produtos nacionais no exterior. Entenda todas as mudanças!

 

6-Brasil não é o país que mais consome defensivos no mundo

Um ranking da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) sobre uso de defensivos agrícolas apontou que o Brasil aparece em 44º posição na comparação com outros países. Segundo os dados da entidade, o consumo relativo brasileiro foi de 4,31 quilos de defensivos por hectare cultivado em 2016.

Entre os países europeus que utilizam mais defensivos que o Brasil, aparecem Países Baixos (9,38 kg/ha), Bélgica (6,89 kg/ha), Itália (6,66 kg/ha), Montenegro (6,43 kg/ha), Irlanda (5,78 kg/ha), Portugal (5,63 kg/ha), Suíça (5,07 kg/ha) e Eslovênia (4,86 kg/ha). Confira o estudo completo.

 

Fonte: Canal Rural