Crise do coronavírus reduz consumo de carne
O impacto da crise generalizada causada pela pandemia do coronavírus também é sentido pela indústria da carne. Nesta última semana, as vendas no atacado e no varejo da carne de boi registraram queda, principalmente nos chamados “cortes nobres”.
Por causa da redução no consumo de carne, três plantas frigoríficas de Mato Grosso do Sul entraram em férias coletivas nesta semana. No total, já são 11 plantas frigoríficas paralisadas em todo o país. No período de 30 de março a 3 de abril, houve desvalorização do preço da arroba do boi ao produtor em 3,5%.
As informações são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que tem medido os impactos da pandemia na produção agropecuária e no mercado interno. O cenário reflete o fechamento de locais como restaurantes, bares e hotéis, dado que o consumo atual tem dependido, majoritariamente, do que é comprado pelo cliente doméstico.
A produção e comercialização de soja e milho seguem dentro da normalidade, após preocupações com as condições logísticas. Produtos congelados continuam com alta demanda. O alto preço do milho e do farelo de soja tem preocupado produtores pecuaristas. Em 2020, o milho já acumula valorização de 18,3% no mercado interno brasileiro. Se a tendência de alta dos insumos para alimentação animal for mantida, os pecuaristas devem sofrer com margens negativas e perda de competitividade.
Entretanto, com a redução no consumo de carnes e as incertezas da economia, a safra 20/21 pode sofrer impacto, já que a demanda por ração animal será menor, consequentemente, redução na demanda dos grãos.
Internacional
A Comissão Europeia publicou, no dia 31 de março, uma medida que permite que os estados-membros realizem controles sobre a cadeia agroalimentar de maneira mais flexível. A medida tem como objetivo impedir a propagação da doença através da circulação das equipes que trabalham em setores de controle de mercadorias, além de facilitar a circulação de animais, plantas e alimentos para dentro da União Europeia (UE). A medida é inicialmente válida por dois meses e poderá ser revisada no decorrer do avanço das ações contra a covid-19.
Na China, relatórios apontam que 88% das empresas do setor agrícola já teriam retomado suas atividades. Segundo a “National food and Strategic Reserves Administration”, 97% das principais empresas nacionais de fornecimento agrícola e 63% das empresas de processamento de grãos também já teriam voltado ao trabalho.
Fonte: Uol