Foram registradas baixas de mais de 5% para o petróleo tanto no WTI, quanto para o brent, fato que ajuda a pressionar todas as commodities na carona. Os grãos, que  subiam em função do clima adverso nos EUA, passaram a acompanhar as perdas generalizadas e perdiam mais de mais de 13 pontos nas principais posições da soja e pouco mais de 3 pontos no milho. Assim, o vencimento novembro da oleaginosa tinha US$ 13,79 – tendo trabalhado acima dos US$ 14,00  e o dezembro no cereal tinha US$ 5,49 por bushel.

 

“Eu acho que essa pressão é muito curta porque os fundamentos são muito fortes. O trigo está se sustentando porque tem problemas nos EUA, na Rússia, no Leste Europeu, na China e agora também no Paraná, que pode fazer o Brasil ter que importar mais trigo do que o que se esperava.  Soja e milho foram levados pela onda das liquidações dos investidores, mas também não são produtos que vão seguir na linha da baixa porque nada mudou no clima americano, que não está favorável”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.

 

E o dólar em alta no Brasil também se torna um fator negativo para os preços em Chicago, ainda segundo o consultor.

 

Assim, recuavam além dos grãos em Chicago, os futuros do óleo de soja, com perdas de mais de 3,5% entre as posições mais negociadas, além das soft commodities negociadas na Bolsa de Nova York, com perdas que superavam os 3% no açúcar, no café e no algodão.

 

VARIANTE DELTA

Além da pressão do dólar, a forte aversão ao risco no mercado financeiro diante das preocupações sobre a retomada da economia mundial em função do que vem causando a variante Delta do coronavírus. Por conta deste fator, não cedem somente as commodities, mas todos os índices acionários mundo a fora.

 

De acordo com analistas internacionais, o temor da necessidade de novos lockdowns e medidas mais incisivas de isolamento social por conta da variante promove uma derrocada geral de ações de empresas dos mais diversos setores – energia, financeiro, matérias-primas, serviços. O movimento acaba resultando em um reajuste de posições e uma fuga dos investidores para ativos mais seguros, menos arriscados, como dólar.

 

No início da tarde de hoje, o dólar index subia 0,15%, depois de já ter registrado ganhos bem mais intensos. O dólar comercial também subia forte e somente frente ao real a alta era de quase 2% para voltar a R$ 5,20.

 

A variante Delta tem preocupado mais em partes da Ásia, Inglaterra e Estados Unidos, onde o número de casos confirmados de infecção subiu 70% nos últimos dias.

 

Ainda segundo analistas internacionais ouvidos pela Bloomberg, a recuperação da economia global pode ter encontrado um limite na velocidade em que vinha ocorrendo.

 

“O pico de crescimento está começando a se tornar um elemento mais preocupante. Este é realmente um dos elementos que nos impulsionou a reduzir a alocação em ativos de risco em nosso movimento global. Você tem inflação, mas também tem esse elemento de crescimento”, explicou Frank Benzimra, chefe de estratégia de ações da Ásia na Societe Generale SA à agência internacional de notícias.

Fonte: Notícias Agrícolas