Com as preocupações do coronavírus, os compradores chineses estão exigindo mais fiscalização por parte dos frigoríficos brasileiros que tem casos confirmados com a doença. No entanto, os efeitos dessa fiscalização podem ser mais prejudiciais aos preços ofertados pela a arroba do que sanitários.

 

De acordo com o Analista da AgroAgility, Gustavo Figueiredo, o mercado do boi gordo começa a semana com negócios firmes em virtude da baixa disponibilidade de animais terminados. “A demanda externa e a oferta restrita de animais estão sustentando os valores da arroba no mercado físico, na qual os preços saíram de R$ 200,00/@ no final de maio e estão ao redor de R$ 215,00/@ no animal comum no mês de junho”, relata.

 

Segundo o levantamento de Grupo de Pecuária Brasil (GPB), houve negócios em São Paulo para o boi China de R$ 220,00/@, mas esse valor ainda não é referência. “No estado do Mato Grosso do Sul já ocorreu negócios para o boi gordo a R$ 210,00/@, mas foi uma comercialização pontual. No estado do Goiás já saiu boi Europa a R$ 210,00/@”, afirma Figueiredo.

 

Com relação à oferta de animais, o analista ressalta que pode ter um volume maior de animais a partir de julho a agosto devido aos gados confinados. “Nós podemos ter um aumento da oferta dos primeiro giro do confinamento, mas isso não será o único fator que vai contribuir para pressionar os valores da arroba”, comenta.

 

Com a segunda onda de casos do coronavírus na China, os compradores pediram que o Brasil considerasse suspender as exportações de produtos agrícolas de estabelecimentos com casos da doença. “As plantas frigoríficas brasileiras estão muito aptas a cumprirem todas as exigências impostas por qualquer país que seja. Eu não vejo a arroba virar tendência de queda por conta desse ponto somente”, destaca.

Fonte: Notícias Agrícolas