O Brasil é o quinto maior produtor e segundo maior exportador de algodão. A última safra nacional rendeu 2,7 milhões de toneladas de pluma. Desse total, 1,7 milhão de toneladas foram exportadas.

 

O rendimento dessa cultura requer não apenas quantidade, mas também qualidade de fibra. Nesse sentido, um dos principais desafios dos agricultores é o controle da lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) e da lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera). Estudos mostram que produtores investem cerca de US$ 150 milhões anualmente no manejo dessas pragas.

 

Para atender a demanda de mercado e amenizar os prejuízos no campo, uma nova biotecnologia promete eficácia no combate a oito das principais lagartas que atingem a cultura, entre elas, essas duas.

 

A tecnologia WideStrike®3 é um lançamento da Corteva Agriscience junto com a Tropical Melhoramento & Genética (TMG). São duas novas cultivares disponíveis para o algodão (TMG 50WS3 e TMG 91WS3), que contêm as proteínas Cry1F, Cry1Ac e Vip3A das bactérias bacillus thuringiensis, também conhecidas como Bt.

 

A atuação ocorre em todos os tecidos da planta e por todo o ciclo da cultura, oferecendo maior poder de proteção e longevidade para o algodão e, consequentemente, maior produtividade e rentabilidade para os cotonicultores.

 

Para testar a eficácia do produto, a semente foi aplicada em 79 áreas, sendo que 50% do total testado foi em Mato Grosso e o restante distribuído entre Bahia, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

 

De acordo com Lucas Silveira, líder de Portfólio de Algodão da Corteva, nas áreas testadas se observou uma ampla proteção das plantas em relação às lagartas. “Nós temos resultados de campo de ensaio onde nós observamos, por exemplo, até 20% de dano de helicoverpa nessas estruturas em plantas não Bt. Já nas plantas que possuem WideStrike®3, os danos ficaram abaixo de 3%”, comenta.

 

Segundo Silvia Camacho, gerente de marketing da TMG, uma das cultivares lançadas, TMG 50WS3, possui ainda alta resistência ao fungo da ramularia areola, muito presente no algodão. “A tolerância vem da tecnologia da genética e reduz entre quatro a cinco aplicações no total de fungicida, para cada uma das cultivares que têm essa tecnologia”, finaliza.

Fonte: Canal Rural