As cotações do milho tiveram novamente um expressivo avanço no mercado futuro com a curva subindo acima de 2% em praticamente todos os contratos negociados. O vencimento para janeiro de 2021, o segundo mais negociado atualmente, superou os R$ 80 por saca e teve ajuste em R$ 80,04. O contrato de novembro, o mais negociado, teve ajuste próximo desse patamar, em R$ 79,92.

 

O indicador do milho do Cepea engatou o 15º dia consecutivo de alta e renovou seu recorde histórico. Os preços passaram de R$ 71,49 para R$ 73,33 por saca. Com isso, já acumulam uma alta de 15,2% em outubro e de 50,8% em 2020. Além da retenção da oferta por parte dos vendedores, o mercado começa a ser pressionado pela falta de chuvas que estão atrasando o plantio da safra verão em algumas regiões produtoras.

 

Para o gerente de Mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua, a retirada da tarifa de importação para soja e milho pode, de alguma forma, conter essa alta contínua no preço dos grãos. “Estamos enfrentando neste momento preços histórico, aumentando os custos da suinocultura e avicultura. A redução das tarifas tem efeito de dar uma opção do suinocultor e avicultor de trazer esses produtos de outros lugares, tentando conter essa alta contínua”, disse.

 

Segundo ele, mesmo o milho ainda chegando mais caro do que o mercado doméstico, alguns consórcios estaduais e de empresas estão conseguindo preços mais atraentes. “Um fator importante é ter a opção diante das condições climáticas que podem vir para o próximo ano. As compras que algumas empresas estaduais estão fazendo, estão conseguindo com preço mais atraentes. Já temos consórcios no Rio Grande do Sul, Pernambuco, Espírito Santo e Paraná. São empresas buscando mecanismos de juntar e buscar essas cargas de milho e soja”, comentou.

 

Para os próximos meses, Rua acredita que o preço no mercado de aves, por exemplo, será repassado ao consumidor. “Há uma necessidade de repasse para o consumidor final. Em algumas praças, aumentaram mais de 100% os custos desses insumos, que são mais de 60% do custo total de produção”, disse.

 

Fonte: Canal Rural